Quando os direitos humanos ficam fora de jogo: Uma análise ao silenciamento das seleções durante o Mundial de Futebol de 2022
DOI:
https://doi.org/10.5783/revrrpp.v13i26.821Palabras clave:
Comunicação Organizacional, Estratégias de Invisibilidade;, Redes Sociais, Direitos humanos;, Campeonato do MundoResumen
Este estudo tem como objetivo analisar a visibilidade e a dimensão conferida pelas 32 seleções presentes no Campeonato do Mundo de Futebol de 2022, em relação às violações de direitos humanos cometidas pelo país-sede, Qatar, a partir das suas redes sociais digitais, especialmente no Facebook, plataforma que concentra o maior número de seguidores. As seleções são geridas pelas federações de futebol de cada país, consideradas, no âmbito deste estudo, como organizações. O estudo está centrado em conceitos como Espiral do Silêncio, Estratégias de Invisibilidade, Silenciamento das Organizações, Agenda-setting e Framing, teorias que ajudam a entender como a comunicação pode influenciar na formação da perceção pública e consciencialização sobre determinados assuntos. Utilizando o método da análise de conteúdo, foram examinadas 5.069 publicações nas páginas oficiais das federações durante o evento. Algumas seleções abordaram temas relacionados aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que nesta investigação serve como parâmetro para o que se entende como sendo um conteúdo de responsabilidade social. No entanto, apenas três das seleções mencionaram, mesmo que de forma superficial, os problemas de direitos humanos identificados no Qatar. O estudo aprofunda a distância entre o reconhecimento desses problemas e a comunicação pública, sobretudo nas redes sociais. Os resultados ressaltam a urgência de uma abordagem mais contundente e responsável por parte das federações, diante de questões controversas, considerando o alcance e o impacto das suas mensagens na opinião pública.
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